Dra Paula Furtado
Oi gente! Bati um papo com a Dra. Paula Furtado e ela me deu dicas incríveis sobre o uso de protetor solar que você confere na entrevista abaixo. Fica a dica!
Dra Paula Furtado, CRM-SP 121.301, médica formada pela Universidade de Taubaté (UNITAU), especializada em Clínica Médica pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pós-graduada em Dermatologia Fundação Técnico-Educional Souza Marques e pós-graduada em Medicina Estética pela Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
É verdade que os protetores FPS 50 agem da mesma forma que os de FPS30?
Não é bem assim. Os filtros solares são classificados em químicos (substâncias que absorvem os raios ultravioletas), físicos (substâncias que refletem os raios ultravioletas), ou mistos (quando apresenta substâncias das duas classes citadas). O que sabemos é que a diferença de proteção do FPS30 e do FPS50 não é muito grande – enquanto o FPS 30 filtra em torno de 96% da radiação ultravioleta B, o FPS 50 filtra cerca de 98%. No entanto, o FPS quantifica apenas a proteção dos raios ultravioleta do tipo B (UV-B), que estão relacionados à queimadura e ao câncer de pele; mas não mede a proteção contra os raios ultravioleta tipo A (UV-A), responsável pelo envelhecimento precoce, como rugas, manchas e flacidez. O UV-A é uma radiação traiçoeira, porque não arde nem deixa vermelhidão, mas incide na pele o dia inteiro de forma constante; enquanto o UV-B tem uma incidência maior no horário de 10 às 16h. Portanto, O FPS é uma medida imperfeita do dano à pele e, ainda, não existe uma norma única (como o FPS) que indique o grau de proteção dos filtros contra UV-A, que pode aparecer de formas diferentes na embalagem: UVA balanceado, alta proteção UVA, porcentagem de proteção (92% de UVA, por exemplo) ou ainda com símbolos (+++ ou UVA) dentro de um círculo. Os filtros solares convencionais não bloqueiam o UV-A tão efetivamente quanto o UV-B, e mesmo taxas de FPS acima de 30 podem significar baixos níveis de proteção contra UV-A. Podemos concluir então, que os melhores filtros solares são aqueles que protegem tanto para UV-B quanto para UV-A e que vale a pena investir nos filtros solares com FPS mais alto, pois assim conseguimos aumentar o espectro de proteção.
Hidratantes com protetor realmente fazem efeito? E as bases para o rosto?
Na verdade, o que há tanto nos hidratantes quanto nas bases que contém FPS, são algumas das substâncias utilizadas nos filtros solares que vão proporcionar alguma proteção contra os raios ultravioletas. Porém, mais uma vez, tomar muito cuidado com o que está no rótulo da embalagem porque o FPS escrito pode na prática ser menos efetivo. Recomendamos, no mínimo, FPS 15, inclusive para quem tem pele mais morena. O FPS ideal para cada pessoa depende de fatores como: o tipo de pele (cor), a quantidade que é aplicada e a freqüência de reaplicação, atividades que o usuário faz (água e o suor levam a uma perda de filtro solar da pele) e a quantidade de filtro solar que a pele absorve.
As bases com FPS, assim como hoje temos os protetores solares com cor de base, são uma boa opção para pacientes que apresentam melasma ou melnoses solares. Porém, ficar mais uma vez atento com o FPS que será usado pois pode não ser o suficiente uma vez que já apresenta manchas na pele.
O protetor continua agindo depois que saimos da piscina ou mar?
Atualmente, com a evolução dos protetores solares, temos algumas substâncias que conferem uma resistência maior à água. No entanto, há uma perda da efetividade dos protetores, sendo aconselhável reaplicar o filtro após atividades que envolvam água ou suor.
Quais marcas nacionais e importadas de protetor você indica aos seus pacientes?
Os filtros solares mudaram muito desde sua criação. Os produtos modernos apresentam uma proteção muito maior e também podem ser resistentes à água e suor. No entanto, existe também uma grande diferença de preço entre os protetores disponíveis no mercado. A fim de estimular o uso dos produtos que sejam realmente seguros e eficazes para os pacientes, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) está lançando um selo de certificação que indica a veracidade das informações contidas na fórmula e que já pode ser encontrada em alguns produtos. Portanto, uma dica na hora de comprar o protetor solar é ficar de olho no FPS (que deve ser de preferência 30 ou mais), ver se indica o grau de proteção contra UV-A (que por não ser padronizado ainda pode aparecer de diferentes formas como citado acima) e também verificar se tem o selo de garantia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Qual dica fundamental para o verão?
Fundamental no verão, além de beber muita água, é saber escolher o protetor solar adequado para cada tipo de pele e aplicá-lo adequadamente. Uma pesquisa mostrou que a melhor proteção é alcançada com a aplicação 15-30 antes da exposição solar, seguida por uma reaplicação 15-30 minutos depois que a exposição ao sol começar, e finalmente reaplicá-lo a cada 2-3 horas. Não podemos economizar no protetor; a quantidade a ser espalhada na área exposta deve ser generosa.